quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Farinha pouca, meu pirão primeiro

É fato que o Brasil tem evoluído muito nos últimos anos.  Desde as melhorias nos indicadores socioeconômicos até o espaço que temos ocupado nas principais questões mundiais. 


Todavia, alguns pontos parecem não mudar ou, para os mais otimistas como eu, demorar um pouco mais para esta mudança acontecer.  O conformismo e apatia social para com a corrupção desenfreada que assola o nosso poder público, seria um dentre outros.  Já percebemos algumas ações pontuais de mobilização neste sentido, mas nada que ainda possa ameaçar ou “entupir” os canos por onde os ratos empurram a riqueza do país para suas tocas.


Ficamos indignados quando vemos o corrupto da vez “metendo a mão no jarro” sem fazer cerimônia no mesmo dia em que achamos normal parar o carro na faixa dupla para um amigo descer “rapidinho” no centro da cidade.  E o duro é que esta indignação deve durar o mesmo que uma ou duas edições da revista ou do telejornal de sua preferência... até aparecer outro caso mais escabroso e que chame a atenção... pode ser um outro roubo ainda mais mirabolante ou mesmo uma enchente que matou um monte de pessoas humildes!!!

Ninguém se coloca como protagonista da situação... todos acreditamos que somos ovelhas inocentes que tocam suas vidas à margem de tudo de ruim que acontece.  Ninguém tem responsabilidade que não o próprio ladrão.  Como se ele não tivesse chegado ali através do voto popular.

E isto ganha força nas mais diferentes classes da sociedade, que vai vendo incrédula a derrocada do país.  Sim, porque da maneira que estamos, vai chegar o momento que a roubalheira não vai levar apenas 85 bilhões de Reais no último ano ou 2,3% do PIB.  Com a correção monetária, isso vai se elevar a tal ponto que teremos que rever o orçamento da união.  Sou a favor inclusive de prever gastos com esse tipo de conta dentro do orçamento do governo... que tal a criação da conta CRÉDITO DA VERGONHA???  Nesta, cada parlamentar poderia pegar a sua parte sem ter que envolver laranjas na criação de empresas de fachada. 


Seria um recurso destinado única e exclusivamente para movimentar economicamente a região de cada um dos 513 deputados federais.  É justo que eles movimentem suas contas bancárias, logicamente sem esquecer os amigos mais chegados, que investem uma ninharia em suas campanhas.  Montantes estes que, se fossem devolvidos com os salários dos nobres amigos, em alguns casos poderia levar uns 10 mandatos para ser restituído. 

Se bem que este é um raciocínio puramente financeiro!!!  Em nada tem a ver com o idealismo que demove estes empresários, geralmente empreiteiros, bem intencionados para com o bem da coletividade.

Mas o pior de tudo isso é perceber que as pessoas estão preocupadas única e exclusivamente com o seu bem estar.  Os exemplos, que se sucedem aos montes, vêm de cima. 

  • Filho do presidente que de coveiro passou a ser o Harry Potter do mundo empresarial;
  • Ministro da fazenda que acumulou uma fortuna dando palestras para empresários bem intencionados do mercado financeiro;
  • Ministro da Agricultura que viaja em avião de empresa favorecida em licitação milionária e concede espaço a lobista em seu gabinete para que o mesmo possa despachar com tranqüilidade;
  • Ministro dos Esportes que se exercita levantando malotes e caixas de dinheiro desviados de um programa para fomento da atividade esportiva por jovens carentes;
  • E uma infinidade de gestores públicos, dos mais diferentes níveis, que enriquecem muito rápido em um curto espaço de tempo.
E eu que ouvia dos meus bem intencionados professores da faculdade – quem quer ganhar dinheiro deve buscar se capacitar constantemente para conseguir ascensão profissional ou mesmo montar a sua própria empresa.  O serviço público estava associado aos maus salários e más condições de trabalho.  Meu Deus como fui tonto acreditando nestes professores!!!  Veja quanta gente tem sucesso no serviço público!!!

A Revista Veja (Ed. 2.240) publicou uma reportagem esta semana, onde se deteve a mostrar o tamanho do rombo (720 bilhões de Reais nos últimos 10 anos) e como isto atrasa o desenvolvimento do país. 



Segundo a reportagem, os 85 bilhões de Reais desviados no último ano, dariam para resolver alguns problemas nacionais;

·         Erradicar a miséria;

·         Custear 17 milhões de sessões de quimioterapia;

·         Custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais;

·         Construir 241 quilômetros de metrô;

·         Construir 36.000 quilômetros de rodovias;

·         Construir 1,5 milhão de casas;

·         Reduzir 1,2 ponto percentual na taxa de juro;

·         Dar a cada brasileiro um prêmio de 443,00 reais;

·         Custear 2 milhões de bolsas de mestrado;

·         Comprar 18 milhões de bolsas de luxo.

Com exceção do último problema, motivo de preocupação apenas dos parlamentares ávidos por presentear suas esposas e amantes, todos os demais ajudariam sobre medida a resolver demandas sociais das mais prementes em nossa sociedade.

Mas porque se preocupar com isso???  Aqui no Brasil o adágio popular – FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO – tem se difundido país afora com a influência da nossa nobre classe política que não se cansa de dar aula teórica e prática.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

PODER DAS REDES SOCIAIS - A banda mais bonita da cidade

Não deve mais ser uma novidade este meu post... o que é uma pena, pois como não tive tempo de colocá-lo no sábado, veio o FANTÁSTICO e catapultou a divulgação da BANDA MAIS BONITA DA CIDADE. 
Eles já tinham um grande feito por ter conseguido mais de 3 milhões de visualizações do vídeo divulgação da música Oração em menos de 3 semanas.  E após a entrevista que concederam ao programa, saltaram neste exato momento em que coloco este post no FALATÓRIO para exatas 4.387.377 visualizações no YOUTUBE... o que é sensacional!!!

Para quem ainda não viu...



Depois de ter postado o clipe na rede social, a banda – que só tem 5 integrantes... os demais figurantes são seus amigos – já tinha se tornado a maior sensação da internet.  Ao postar a balada Oração, filmada em plano-seqüência de cerca de seis minutos com produção que envolveu 25 pessoas (câmeras, iluminadores e figurantes), os músicos de Rio Negro (PR) ganharam notoriedade rapidamente... e em apenas seis dias já possuíam mais de 2 milhões de visualizações!!! 

O grande barato deste case não é só a apresentação de mais uma banda que está fazendo sucesso ou mesmo da qualidade da música deles.  O bacana é percebermos como a internet confirma a cada dia como podemos ganhar o mundo independente do que aparentemente pode representar uma desvantagem.  Por exemplo, pelo fato de não ter uma gravadora forte ou estar localizada no eixo Rio São Paulo para ganhar visibilidade. 

Se fizermos analogia com o case, as redes sociais representam os microfones desta jovem banda de uma cidade do interior do Paraná que mobilizou milhares de pessoas pelo seu trabalho, e que pode abrir espaço para outros tantos talentos... mobilizando mídias tradicionais, como foi o caso da entrevista que deram no FANTÁSTICO que pode ser visualizada na íntegra (abaixo).


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública - A EDUCAÇÃO NO BRASIL

Para minha felicidade, meus seguidores e amigos têm me cobrado posts aqui no FALATÓRIO.  Também, são longos 4 meses sem postar algo por aqui. 

A bem da verdade é que não estava nem um pouco afim de escrever sobre a manipulação ocidental junto a queda das ditaduras na África, da improdutiva e cinematográfica visita do Barack Obama ao Brasil, da broxante queda da lei do Ficha Limpa no STF ou da hecatombe imposta aos japoneses por uma série de terremotos seguidos de uma tsunami... e da lição de competência e valorização da coletividade que este mesmo país nos deu com a pronta e eficiente reconstrução, ao passo que a nossa região serrana do Rio ainda continua a viver um cenário de guerra sem perspectiva. 

 Senti-me motivado a fazer este post para dividir com os seguidores e freqüentadores do FALATÓRIO minha satisfação por ver uma professora do Rio Grande do Norte - Amanda Gurgel - dar um belo depoimento sobre as condições da Educação naquele Estado.  Mas que poderia ser perfeitamente extensível para todo o resto do país.

 O depoimento foi dado semana passada (10/05) durante uma audiência pública com a presença da Secretária de Educação do Rio Grande do Norte e alguns deputados estaduais. 

Vejam o vídeo abaixo... vale à pena!!!  São pouco mais de 8 minutos de lucidez em um relato absolutamente verdadeiro que resume com rara felicidade o quadro de calamidade da Educação Pública no Brasil.


Que bom seria se tivéssemos outras tantas Amandas para não deixar calar um dos mais graves problemas sociais do Brasil. Enquanto isso, em Brasília, nossos deputados estão fazendo uma sórdida e mega operação de blindagem do Ministro Palocci – mestre na arte da multiplicação dos pães.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O tempero que deu o molho no Rio

É duro retomar a rotina e iniciar o ano sob o fogo cruzado das notícias que dão conta de uma das maiores catástrofes naturais que o país já enfrentou! Pior é lembrar que passamos por situação idêntica ano passado (Angra dos Reis e Morro do Bumba no Rio e as enchentes de São Paulo que devastaram a histórica São Luiz do Paraitinga), ainda que em bem menor proporção, se comparadas à devastação imposta às cidades da região serrana do Rio este ano. E muito pior é temer que a situação não vá mudar no próximo ano.

A atual situação no Rio de Janeiro é mais calamitosa que em outros Estados, caso de São Paulo e Minas, que também passam por graves problemas com enchentes face o grande volume d’água que caiu nos últimos dias, provocando centenas de mortes.

Sobretudo em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, os números da tragédia são contabilizados a todo o momento. Agora, sábado dia 15/01/11 às 11:00, a Defesa Civil informa que já são 553 mortos. Infelizmente é bem provável que este dado já esteja desatualizado quando você vier a ler este post. Certamente este número ainda deve subir consideravelmente à medida que as equipes de resgate avançarem sobre regiões que ainda não puderam ser acessadas. Bairros inteiros estão soterrados e pequenas comunidades completamente isoladas, sem água, luz e alimentos.



 A combinação das condições climáticas característica deste período do ano (Zona de convergência do Atlântico Sul) associada à topografia da região serrana do Rio provocou um efeito tsunami que devastou a região. Cabeças d’água desceram o morro a velocidades que chegaram a 150 km por hora e varreram tudo que encontrava pela frente – casas, árvores, carros e pessoas sem fazer distinção de gênero, idade ou classe social – em sua rota de destruição.


A leniência e incompetência do poder público acabaram por dar o molho desta tragédia. São anos de desrespeitos às leis de zoneamento e ocupação das áreas de risco nas encostas de morros. Além disso, há um completo despreparo para enfrentar situações deste tipo. É o tal do Plano de Contingência. Falta saber o que fazer, quem vai fazer, como fazer e utilizando quais recursos em situações extremas. Ao invés disto, mantemos uma enorme dependência de um bem aventurado, mas pequeno grupo, de bombeiros e funcionários da defesa civil, que têm que se desdobrar para atender tanta gente em tantos pontos diferentes ao mesmo tempo!!!


Em meio a todo esse caos, um fato salta aos olhos de forma positiva. A forma como nós brasileiros de outras regiões e, sobretudo, os cariocas, estão se mobilizando para ajudar as vítimas. Todo o povo brasileiro sofre e partilha desta dor. Podemos sentir através do engajamento de enorme contingente de voluntários e de uma infinidade de doações que não pára de chegar. O que só ratifica minha convicção de que o povo brasileiro é solidário e um dos mais ricos do mundo neste sentido.


Só espero que mais esta catástrofe não fique na história apenas das pessoas que sofreram com a perda de entes queridos... tomara que as autoridades e a sociedade aprendam que toda ação tem uma reação, ainda mais quando se trata de uma relação com a mãe natureza.

domingo, 28 de novembro de 2010

Rio de Janeiro e o Capitão Nascimento

O assunto do momento, em todas as rodas de bate papo entre amigos ou colegas de trabalho, é um só – o caos deflagrado no Rio de Janeiro pelo confronto entre bandidos e Estado.

E aqui neste post não tenho a mínima pretensão de tentar explicar como chegamos a esta situação de enfrentamento. Só quero dividir minha admiração pela sociedade carioca, que vai desde os bons policiais e políticos até o fictício engenheiro aposentado – Dr. Elias Maranhão (residente do bairro de Botafogo) e sua diarista – Dona Maria da Silva (residente da Vila Cruzeiro). Todos cumpridores de seus deveres e parte pulsante de uma sociedade carioca que quer mudar, que tem esperança e, sobretudo, tem paixão pela sua cidade.

A leniência com o tráfico e o banditismo talvez venha da época em que o Brizola governou o Rio de Janeiro. Seu populismo através da urbanização das favelas e da “proteção aos menos favorecidos” que lá viviam, colaborou para transformar aquele malandro carioca dos pequenos delitos nos imbecis de hoje, armados com fuzis AK 47, que se esgueiram pelas vielas do Complexo do Alemão como ratos.

O terrorismo imposto pelo tráfico foi originado pela insatisfação dos bandidos com as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Estratégia do governo fluminense que consiste em instalar postos policiais dentro das comunidades mais violentas, aproximando a polícia da comunidade e quebrando o poder do traficante, tido como imperador soberano da região.

Desta maneira, o plano do mal era aterrorizar a sociedade com arrastões, queimas de ônibus e carros. Provocar o caos para que o poder público recuasse face o medo instaurado na sociedade.



Acabaram se dando mal!!! Acabaram colaborando por oportunizar um momento único de mobilização da sociedade, que levou o poder público a dar uma resposta dura e decisiva no sentido de demonstrar que o Estado é de fato o garantidor da ordem pública.

E o que mais me animou não foi a união entre o BOPE, Polícia Militar e Polícia Civil cariocas com as forças armadas, cedendo homens e equipamento bélico de enfrentamento de guerra. Nem o poder judiciário, que autorizou a transferência de todos os presos nas ações policiais para presídios fora do Estado do Rio de Janeiro. Além da transferência dos cabeças do tráfico para presídios federais em Estados longínquos, de modo a dificultar a comunicação para desarticular o comando deles. Neste sentido, também foram expedidos mandados de prisão contra parentes e advogados das principais lideranças do crime. O que mais me animou é que tudo isto está acontecendo de maneira orquestrada. É como se pela primeira vez tivéssemos um sinal de articulação conjunta do poder público contra o crime.



Sei que a mídia está “espetaculizando” a situação, mas dessa vez acho que está sendo bom. Acho que as imagens estão colaborando para aumentar o apoio da sociedade para com o combate ao crime. As pessoas esqueceram, momentaneamente, que a polícia até outro dia vivia com o descrédito de sua banda podre. Hoje as pessoas confiam na polícia, sentem orgulho dela, e o principal, sentem-se protegidos por ela!!!


O fenômeno Capitão Nascimento, que recentemente trocou de patente, fez a ordem inversa e ajudou a influenciar a vida real com seu filme Tropa de Elite. Ao ser guindado ao posto de herói nacional, conferido pelos mais de 10 milhões de expectadores, a mensagem parece ser clara – precisamos de homens sérios e com coragem para colocar, se necessário, sua vida em risco em prol do bem estar e segurança da população. Com tanta corrupção e impunidade, maiores cânceres da terra brazilis, suplicamos por alguém com o perfil do agora Tenente Coronel Nascimento.

Quando o show passar, só torço para que o combate contra a criminalidade no Rio de Janeiro continue sendo levado a sério. Espero que a motivação do cinema não cause exageros, como a declaração infeliz de um dos comandantes do BOPE – “(...) vamos agilizar para que esses bandidos peçam perdão pro homi lá encima”.

Espero que as pessoas se dêem conta de que na ficção ninguém morre e todos ganham com a trama. A realidade é bem mais complicada. Erros e omissão custam vidas. E não tem Tenente Coronel Nascimento para nos salvar e renovar nossas esperanças em um mundo melhor. Os heróis tiram férias quando acaba a trama. Precisamos é de instituições sérias com dignidade em seus propósitos de servir a sociedade. Isso sim perdura e melhora a vida de todas as gerações que hão de vir.







Viva o Rio de Janeiro... o lugar mais bonito que já conheci na vida!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Poder das Redes Sociais ressurge – Case DAS CINZAS ÀS LETRAS

Semana passada ouvi um comentário do Gilberto Dimenstein na rádio CBN sobre o grande poder de mobilização que as redes sociais possuem. Na ocasião ele citou o caso da psicóloga Thaís Goldstein que havia passado por um drama pessoal.


Tudo aconteceu quando ela deixou a Bahia com destino a São Paulo para concluir seu doutorado. Por força da circunstância, passou a viver em uma edícula nos fundos da casa de seus pais. Lá ela mantinha alguns de seus principais pertences; piano, violão e todos os livros que embasavam a fundamentação teórica de sua tese de doutorado. Como seu pai estava doente, certo dia ela resolveu acender uma vela sobre um altar que mantinha em cima do piano, pedindo pela recuperação dele.

Neste mesmo dia, sua família havia decidido sair para um concerto. Ao chegarem a casa, se depararam com o início do drama de Thaís. A edícula estava em chamas, e só restava tempo para chamar os bombeiros para evitar que o fogo se alastrasse a ponto de atingir a casa de seus pais, o que de fato aconteceu. No entanto, a edícula ficou completamente destruída. Ela acabou perdendo tudo; piano, violão e todos os livros que fundamentavam sua tese... tudo havia queimado!!!

Eis que um amigo dela sugeriu que criasse um blog com o propósito de sensibilizar as pessoas para o seu drama pessoal, e pedir a colaboração destas para doarem os livros que precisava para concluir a tese. O blog http://ajudalivros.wordpress.com/ que tem um nome bem sugestivo – Das Cinzas às Letras, acabou não só cumprindo o seu papel de conseguir os livros, mas também se tornou um espaço para publicação dos textos de sua rede de relacionamento.

Considero o povo brasileiro solidário. Mas neste caso, o interessante é ver como uma mídia social colaborou para minimizar este drama vivido pela Thaís. Quem já passou pela experiência de fazer uma dissertação de mestrado ou mesmo se enquadrou no caso dela com a tese de doutorado, tem a real dimensão do que significa perder todo o referencial que embasa um estudo que levou anos para ser desenvolvido. Que bom que no fim tudo deu certo e, assim como na ficção, o final foi tão feliz que até o pai dela ficou curado.

Leia o post do Gilberto Dimenstein na íntegra sobre este caso
http://catracalivre.folha.uol.com.br/2010/11/apos-incendio-em-casa-psicologa-cria-blog-para-recomecar/

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

BRASIL, quem perdeu foi você

A Dilma venceu! Ela obteve 56,05% dos votos válidos em seu favor. É chegada a hora de sermos governados por uma mulher, que chegou ao poder de forma democrática com os 55.752.092 de votos obtidos nas urnas ontem.

Aprendi algumas coisas neste processo eleitoral e gostaria de dividir com os seguidores e freqüentadores do FALATÓRIO neste post.

Até onde sei, mais uma vez o processo de apuração dos 135.604.041 votos foi conduzido com licitude e agilidade. 5 horas após o término da votação, já tínhamos uma definição quanto ao resultado final. Isso dá uma pontinha de orgulho, afinal de contas, somos referência em contabilização de tantos votos em uma área territorial tão extensa quanto a do Brasil. Pelo menos isso!!!

Depois de uma campanha com baixo nível, permeada muito mais por denúncias que propriamente por propostas para construir um país melhor, saimos neste processo eleitoral como entramos – numa completa incerteza do que irá acontecer com o futuro do país. Não queria saber se o bolsa família iria continuar ou se seria ampliado. Queria saber o que eles planejam para “salvar” o caos que se instaurou na saúde pública. Onde cada vez mais morrem pessoas por erros de médicos mal preparados ou por longas esperas nas filas dos hospitais sucateados.

O que será que eles têm de concreto para acabar com o analfabetismo??? E me refiro àquela parcela da população que até sabe ler e escrever sim, mas que não sabe interpretar um texto!!! Ou seja, também são analfabetos. Afinal de contas, de que adianta ler se não conseguem compreender??? E olha que este contingente representa 85% da população!!! É o tal do Analfabetismo funcional.

E a segurança pública??? Tenho a impressão que só Capitão Nascimento poderá nos salvar!!!

Perdemos uma excelente oportunidade de discutir os principais problemas sociais do nosso país. Perdemos uma oportunidade única de passar o país a limpo, considerar os ganhos econômicos sociais dos últimos anos e planejar como tirar proveito de tudo isto no futuro. Mas ao invés disso, os candidatos preferiram o campo das agressões, das promessas vazias e sem fundamento, além do Bolsa Família Futebol Clube que polarizou todas as atenções dos candidatos e eleitores no campeonato das urnas.


Infelizmente quem perdeu foi o Brasil. Nem tanto pela vitória da Dilma, mas sim pela grande oportunidade perdida de discutirmos a construção de um país com mais educação, que nos proporcionaria mais igualdade social, além de projetos de reconstrução da segurança e saúde públicas. Ao menos houve um vencedor – a Democracia.

Mas por fim, só tenho que parabenizar a Dilma pela vitória. O Lula por conseguir emplacar sua doutrina maquiavélica de perpetuação no poder. E a turma dos sanguessugas, dos mensaleiros, do Delúbio Soares, do Marcos Valério, do José Genoíno, do Zé Dirceu, da Erenice Guerra e por aí vai. A estes, os parabéns são extensíveis porque vão continuar numa boa nos próximos 4 anos. Fazendo o que tão bem sabem e continuarão a fazer sempre. Pelo menos até a nossa próxima oportunidade de mudar tudo isso em 2014.